Os novos players mundiais*
Os países reconhecidos pela sigla BRIC representam actualmente cerca de 43% da população mundial . Tendo tido em 2005, em conjunto, um peso de aproximadamente 2/5 do produto mundial da totalidade das economias emergentes.
Na segunda metade do último século existiu um grupo de países que beneficiaram apoiando ou recebendo apoio para reconstrução no pós-guerras mundiais, organizando-se ao nível internacional, política e economicamente. Sucedeu com a civilização ocidental. Os mesmos que hoje se apercebem da emergência dos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Mas então, quais são os custos e os benefícios para a economia mundial, da entrada em cena dos novos players mundiais?
Em primeiro lugar, podemos observar a consecutiva contribuição destes países para o crescimento do PIB mundial. Hoje, as economias representadas pela sigla BRIC sustentam as elevadas taxas de crescimento mundiais. Tendo mesmo algumas, taxas de crescimento anuais nacionais com dois dígitos percentuais. São estes países que detêm um mercado de oportunidades com elevado potencial para a sociedade dita ocidental.
Em segundo lugar, estas economias têm entregue aos grandes banqueiros centrais uma ajuda no combate às taxas de inflação. A ajuda tem aparecido pela redução do preço dos produtos transaccionados na economia mundial e a baixa subida ou mesmo até estagnação dos salários reais nos países ricos. Esta redução nos preços tem sido conseguida com a passagem da produção de determinadas cadeias de valor da escala produtiva para as economias emergentes, baixando assim os custos por unidade produzida e consecutivamente os preços finais.
Por outro lado, a baixa inflação que durante algum tempo manteve as taxas de juro em níveis historicamente baixos, promoveu baixos custos no acesso ao crédito e por sua vez um excesso de liquidez nos mercados. Gerando um boom no mercado de habitação, que está neste momento a ajustar-se às últimas subidas nas taxas de juro.
Em terceiro lugar e segundo nos diz a teoria económica clássica, o comércio internacional gera ganhos para os países através da especialização nos produtos em que os mesmos detêm vantagens comparativas. As economias desenvolvidas tendem a especializar-se em produtos de capital intensivo e as emergentes em produtos de mão-de-obra menos qualificada. Sendo assim, a competição por importações mais baratas tenderá a gerar uma redução nos salários de trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos.
A globalização veio também oferecer uma maior oferta de trabalhadores à economia mundial e, consequentemente, o offshoring – deslocalização das actividades produtivas, ou parte das mesmas – em busca de mão-de-obra mais barata.
São claros os benefícios da globalização, apesar dos necessários custos de ajustamento, no entanto, as economias que estão a emergir mantêm ainda elevadas taxas de pobreza. É necessário que se cumpra uma racional, equitativa e eficiente distribuição desses mesmos benefícios, ao mesmo ritmo que se desenvolve o comércio mundial.
Os novos players mundiais
Os países reconhecidos pela sigla BRIC representam actualmente cerca de 43% da população mundial *. Tendo tido em 2005, em conjunto, um peso de aproximadamente 2/5 do produto mundial da totalidade das economias emergentes.
À luz dos tempos, na era moderna, podemos dizer que vários estágios de globalização estiveram presentes. Primeiro apareceu a globalização dos continentes. Os Europeus partiram pelo mundo, em busca de novas terras. Conquistaram-se povos e culturas, espalharam-se religiões, comercializaram-se produtos e exploraram-se matérias-primas. Criaram-se as redes de comércio. O segundo estágio aparece com o desenvolvimento industrial e dos transportes. É a fase da globalização dos países. Os padrões de troca facilitam o comércio internacional e as fronteiras deixaram de ser físicas passando a ser políticas. Dá-se posteriormente a generalização da economia de mercado. O terceiro estágio nasce com a criação das redes e sistemas de informação mundiais, permitindo a comunicação no momento e a sistematização dos fluxos de trabalho, ultrapassando as fronteiras políticas.
Na segunda metade do último século existiu um grupo de países que beneficiaram apoiando ou recebendo apoio para reconstrução no pós-guerras mundiais, organizando-se ao nível internacional, política e economicamente. Sucedeu com a civilização ocidental. Os mesmos que hoje se apercebem da emergência dos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Mas então, quais são os custos e os benefícios para a economia mundial, da entrada em cena dos novos players mundiais?
Em primeiro lugar, podemos observar a consecutiva contribuição destes países para o crescimento do PIB mundial. Hoje, as economias representadas pela sigla BRIC sustentam as elevadas taxas de crescimento mundiais. Tendo mesmo algumas, taxas de crescimento anuais nacionais com dois dígitos percentuais. São estes países que detêm um mercado de oportunidades com elevado potencial para a sociedade dita ocidental.
Em segundo lugar, estas economias têm entregue aos grandes banqueiros centrais uma ajuda no combate às taxas de inflação. A ajuda tem aparecido pela redução do preço dos produtos transaccionados na economia mundial e a baixa subida ou mesmo até estagnação dos salários reais nos países ricos. Esta redução nos preços tem sido conseguida com a passagem da produção de determinadas cadeias de valor da escala produtiva para as economias emergentes, baixando assim os custos por unidade produzida e consecutivamente os preços finais.
Por outro lado, a baixa inflação que durante algum tempo manteve as taxas de juro em níveis historicamente baixos, promoveu baixos custos no acesso ao crédito e por sua vez um excesso de liquidez nos mercados. Gerando um boom no mercado de habitação, que está neste momento a ajustar-se às últimas subidas nas taxas de juro.
Em terceiro lugar e segundo nos diz a teoria económica clássica, o comércio internacional gera ganhos para os países através da especialização nos produtos em que os mesmos detêm vantagens comparativas. As economias desenvolvidas tendem a especializar-se em produtos de capital intensivo e as emergentes em produtos de mão-de-obra menos qualificada. Sendo assim, a competição por importações mais baratas tenderá a gerar uma redução nos salários de trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos.
A globalização veio também oferecer uma maior oferta de trabalhadores à economia mundial e, consequentemente, o offshoring – deslocalização das actividades produtivas, ou parte das mesmas – em busca de mão-de-obra mais barata.
São claros os benefícios da globalização, apesar dos necessários custos de ajustamento, no entanto, as economias que estão a emergir mantêm ainda elevadas taxas de pobreza. É necessário que se cumpra uma racional, equitativa e eficiente distribuição desses mesmos benefícios, ao mesmo ritmo que se desenvolve o comércio mundial.
(*)Publicado no Jornal OJE, edição de 10/02/2007
Na segunda metade do último século existiu um grupo de países que beneficiaram apoiando ou recebendo apoio para reconstrução no pós-guerras mundiais, organizando-se ao nível internacional, política e economicamente. Sucedeu com a civilização ocidental. Os mesmos que hoje se apercebem da emergência dos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Mas então, quais são os custos e os benefícios para a economia mundial, da entrada em cena dos novos players mundiais?
Em primeiro lugar, podemos observar a consecutiva contribuição destes países para o crescimento do PIB mundial. Hoje, as economias representadas pela sigla BRIC sustentam as elevadas taxas de crescimento mundiais. Tendo mesmo algumas, taxas de crescimento anuais nacionais com dois dígitos percentuais. São estes países que detêm um mercado de oportunidades com elevado potencial para a sociedade dita ocidental.
Em segundo lugar, estas economias têm entregue aos grandes banqueiros centrais uma ajuda no combate às taxas de inflação. A ajuda tem aparecido pela redução do preço dos produtos transaccionados na economia mundial e a baixa subida ou mesmo até estagnação dos salários reais nos países ricos. Esta redução nos preços tem sido conseguida com a passagem da produção de determinadas cadeias de valor da escala produtiva para as economias emergentes, baixando assim os custos por unidade produzida e consecutivamente os preços finais.
Por outro lado, a baixa inflação que durante algum tempo manteve as taxas de juro em níveis historicamente baixos, promoveu baixos custos no acesso ao crédito e por sua vez um excesso de liquidez nos mercados. Gerando um boom no mercado de habitação, que está neste momento a ajustar-se às últimas subidas nas taxas de juro.
Em terceiro lugar e segundo nos diz a teoria económica clássica, o comércio internacional gera ganhos para os países através da especialização nos produtos em que os mesmos detêm vantagens comparativas. As economias desenvolvidas tendem a especializar-se em produtos de capital intensivo e as emergentes em produtos de mão-de-obra menos qualificada. Sendo assim, a competição por importações mais baratas tenderá a gerar uma redução nos salários de trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos.
A globalização veio também oferecer uma maior oferta de trabalhadores à economia mundial e, consequentemente, o offshoring – deslocalização das actividades produtivas, ou parte das mesmas – em busca de mão-de-obra mais barata.
São claros os benefícios da globalização, apesar dos necessários custos de ajustamento, no entanto, as economias que estão a emergir mantêm ainda elevadas taxas de pobreza. É necessário que se cumpra uma racional, equitativa e eficiente distribuição desses mesmos benefícios, ao mesmo ritmo que se desenvolve o comércio mundial.
Os novos players mundiais
Os países reconhecidos pela sigla BRIC representam actualmente cerca de 43% da população mundial *. Tendo tido em 2005, em conjunto, um peso de aproximadamente 2/5 do produto mundial da totalidade das economias emergentes.
À luz dos tempos, na era moderna, podemos dizer que vários estágios de globalização estiveram presentes. Primeiro apareceu a globalização dos continentes. Os Europeus partiram pelo mundo, em busca de novas terras. Conquistaram-se povos e culturas, espalharam-se religiões, comercializaram-se produtos e exploraram-se matérias-primas. Criaram-se as redes de comércio. O segundo estágio aparece com o desenvolvimento industrial e dos transportes. É a fase da globalização dos países. Os padrões de troca facilitam o comércio internacional e as fronteiras deixaram de ser físicas passando a ser políticas. Dá-se posteriormente a generalização da economia de mercado. O terceiro estágio nasce com a criação das redes e sistemas de informação mundiais, permitindo a comunicação no momento e a sistematização dos fluxos de trabalho, ultrapassando as fronteiras políticas.
Na segunda metade do último século existiu um grupo de países que beneficiaram apoiando ou recebendo apoio para reconstrução no pós-guerras mundiais, organizando-se ao nível internacional, política e economicamente. Sucedeu com a civilização ocidental. Os mesmos que hoje se apercebem da emergência dos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Mas então, quais são os custos e os benefícios para a economia mundial, da entrada em cena dos novos players mundiais?
Em primeiro lugar, podemos observar a consecutiva contribuição destes países para o crescimento do PIB mundial. Hoje, as economias representadas pela sigla BRIC sustentam as elevadas taxas de crescimento mundiais. Tendo mesmo algumas, taxas de crescimento anuais nacionais com dois dígitos percentuais. São estes países que detêm um mercado de oportunidades com elevado potencial para a sociedade dita ocidental.
Em segundo lugar, estas economias têm entregue aos grandes banqueiros centrais uma ajuda no combate às taxas de inflação. A ajuda tem aparecido pela redução do preço dos produtos transaccionados na economia mundial e a baixa subida ou mesmo até estagnação dos salários reais nos países ricos. Esta redução nos preços tem sido conseguida com a passagem da produção de determinadas cadeias de valor da escala produtiva para as economias emergentes, baixando assim os custos por unidade produzida e consecutivamente os preços finais.
Por outro lado, a baixa inflação que durante algum tempo manteve as taxas de juro em níveis historicamente baixos, promoveu baixos custos no acesso ao crédito e por sua vez um excesso de liquidez nos mercados. Gerando um boom no mercado de habitação, que está neste momento a ajustar-se às últimas subidas nas taxas de juro.
Em terceiro lugar e segundo nos diz a teoria económica clássica, o comércio internacional gera ganhos para os países através da especialização nos produtos em que os mesmos detêm vantagens comparativas. As economias desenvolvidas tendem a especializar-se em produtos de capital intensivo e as emergentes em produtos de mão-de-obra menos qualificada. Sendo assim, a competição por importações mais baratas tenderá a gerar uma redução nos salários de trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos.
A globalização veio também oferecer uma maior oferta de trabalhadores à economia mundial e, consequentemente, o offshoring – deslocalização das actividades produtivas, ou parte das mesmas – em busca de mão-de-obra mais barata.
São claros os benefícios da globalização, apesar dos necessários custos de ajustamento, no entanto, as economias que estão a emergir mantêm ainda elevadas taxas de pobreza. É necessário que se cumpra uma racional, equitativa e eficiente distribuição desses mesmos benefícios, ao mesmo ritmo que se desenvolve o comércio mundial.
(*)Publicado no Jornal OJE, edição de 10/02/2007